A Seleção Paulista de Surf segue soberana. No último domingo (11), a equipe confirmou mais uma vez sua supremacia no cenário nacional ao conquistar seu 18º título brasileiro por equipes, o sétimo consecutivo, durante o CBSurf Surf de Base 2025, realizado na Praia do Borete, em Ipojuca (PE). Em um encerramento épico, com o melhor dia de ondas da competição, São Paulo brilhou mais uma vez.
Foram nove dias intensos, 241 baterias e um domínio técnico que não deixou dúvidas: São Paulo é referência na formação de talentos no Brasil. A consistência dos atletas em todas as categorias e o trabalho minucioso da comissão técnica, liderada por Marcio Fagnani, o “Cebola”, reafirmaram o estado como potência absoluta nas categorias de base.
“Esse título representa muito mais do que a vitória em um campeonato. É o reflexo de um trabalho sério, contínuo e apaixonado que realizamos com nossos atletas ao longo do ano. São Paulo virou uma verdadeira escola de surfe competitivo, e esses resultados mostram que estamos no caminho certo”, declara Zé Paulo, presidente da Federação de Surf do Estado de São Paulo.
“Ver a nossa equipe levantar mais uma taça, com tantos talentos despontando, nos enche de orgulho. É a maioridade da nossa hegemonia. Mas seguimos com os pés na areia, pois o desafio é constante”, completa.
Além da conquista coletiva, três atletas paulistas sagraram-se campeões nacionais em suas respectivas categorias. Carol Bastides, destaque absoluto, levou o bicampeonato da Sub 16 Feminino com uma virada emocionante após um início difícil. “De manhã não fui muito bem, errei bastante. Mas tive que me recuperar rápido. Entrei com mais garra e vontade de não perder de novo. Meu técnico, Paulo Kid, falou: ‘Chora agora, mas vai sorrir depois’. E foi isso”, conta a jovem atleta de apenas 13 anos.
Vini Palma, na Sub 14 Masculino, protagonizou uma das atuações mais marcantes do campeonato. Em uma final digna de cinema, entregou manobras de alto nível técnico e conquistou seu primeiro título nacional. “Já fui vice duas vezes, mas sabia que minha hora ia chegar. E chegou agora do melhor jeito possível! Consegui mostrar meu surf, ganhei surfando bem, quebrando… tô amarradão”, comemora Vini.
Maria Clara Chuquer, campeã da Sub 12 Feminino, também brilhou. Mostrou sangue frio para retomar a liderança nos minutos finais com uma linha sólida de backside. “Ah, é muito bom! Ainda mais que ano ado eu fui campeã, esse ano fui campeã, e ano que vem eu ainda sou Sub 12”, vibra.
Outros destaques paulistas incluem Julia Stefani, vice na Sub 14 e terceira na Sub 16 Feminino; Matheus Jhones, vice na Sub 12 Masculino e quarto na Sub 14; além de Kalani Robles, que subiu ao pódio duas vezes: terceiro na Sub-18 e vice na Sub-16. “Foi um campeonato incrível. Consegui manter um bom nível, mesmo enfrentando caras muito fortes. Estou muito feliz com meu desempenho e ainda mais por ajudar São Paulo a conquistar mais esse título”, afirma Kalani.
São Paulo dispara no ranking por equipes
Com 10.141 pontos, São Paulo liderou com folga o ranking final por equipes. O Rio de Janeiro ficou com a segunda colocação (8.338 pontos), seguido por Paraíba, Santa Catarina e Ceará.
Sob o comando do técnico Márcio “Cebola” Fagnani, a equipe paulista vem mantendo uma sequência histórica de títulos que confirma sua hegemonia nacional. “Todo ano é uma batalha. Muita gente fala: ‘Ah, São Paulo já ganhou’… mas nunca tem nada ganho. A gente trabalha muito. Cada evento é uma história diferente. Lidamos com a natureza, que é imprevisível, e com atletas que já aram por verdadeiras peneiras até chegar aqui. Dou minha vida por esses atletas. Tudo é conquistado dentro d’água: com garra, com surfe e com muita determinação”, declara Cebola.
Vagas para o Mundial Júnior da ISA 2026
O evento também serviu como seletiva para o Mundial Júnior da ISA 2026. Atletas das categorias Sub 16 e Sub 18 disputaram não só medalhas, mas também a chance de representar o Brasil no principal evento internacional de base. A confirmação dos selecionados será anunciada oficialmente pela CBSurf nos próximos meses.
São Paulo celebra, mas não se acomoda. A nova geração do surf paulista já mostra que o futuro está garantido — com talento, foco e um legado cada vez mais sólido nas ondas do Brasil.
