Um dos grandes nomes do Longboard feminino no Brasil, Rayane Amaral começou a surfar aos 16 anos, já fez trabalhos na televisão como atriz e também é idealizadora do projeto Nossa Onda, que busca transmitir o amor pelo esporte e desenvolver o surfe. Ela ou por uma situação de constrangimento e intimidação dentro do mar no último dia 4 de junho.
Tudo começou num domingo, próximo ao meio-dia, quando estava saindo do mar com sua aluna, na praia da Macumba (RJ). Um surfista remou em uma onda e tentou dropar, mas não conseguiu e acabou caindo. Sua prancha foi em direção a ela, pois estava sem o leash, o que mais chamou a sua atenção naquele momento.
Ao questionar o rapaz sobre o fato de surfar sem a cordinha e correr o risco de machucar alguém, Rayane foi intimidada e o surfista a chamou para resolver a situação fora da água.
A reação da longboarder foi de pedir ajuda, mas logo após receber apoio de muitas pessoas, o surfista a ameaçou e deixou a atleta com medo de sofrer de fato alguma agressão ou retaliação nos dias seguintes ao ocorrido.
Rayane chegou a pensar que tinha feito algo errado e se sentiu culpada, mas após postar um story em seu Instagram, contando resumidamente o que aconteceu, recebeu mensagens de diversas surfistas pedindo para que publicasse um vídeo, com o intuito de alcançar mais pessoas e possibilitar os compartilhamentos. Após publicar esse vídeo, a atleta recebeu relatos de mulheres que aram por situações parecidas e isso a preocupou ainda mais, pois não imaginava que o cenário do surfe estava dessa forma.
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Depois da repercussão do vídeo, Rayane está disposta a unir forças e usar sua voz para fazer algo pelo surfe, pela segurança e respeito da mulher no mar.
Batemos um papo exclusivo com a longboarder, que com sua simpatia e sem economizar nos detalhes, nos conta o que aconteceu, como se sentiu, o que acha que pode ser feito para melhorar esse cenário e deixa uma mensagem aos surfistas. Confira a seguir.
O que de fato aconteceu naquele momento? Conte para nós.
Eu estava finalizando uma instrução. Era um domingo, praia da Macumba (RJ), muita gente na água, marolinha, já quase meio-dia, ou seja, um crowd danado. E eu tava saindo com uma aluna do mar.
Dou aula com o meu marido e ele tava finalizando com outra aluna. Como eu e ele temos uma metodologia diferente, entramos com pé de pato, sem prancha. Porque achamos que assim conseguimos fazer a aula render mais e também auxiliar melhor os alunos, já que pode acontecer alguma coisa em relação à segurança. Então estávamos sem prancha, eu nadando, junto com a aluna.
Quando virei pra trás, vi a série vindo. A onda veio, um surfista remou, tentou dropar e não conseguiu. Sabe quando na tentativa do drop, a gente cai pra trás? No que ele caiu, a prancha veio na minha direção e eu afundei com a mão pra cima, segurando a prancha dele.
Algumas outras alunas estavam na água, filmando as meninas em aula. Elas até comentaram: “meu Deus do céu, a gente só torceu para que a prancha não tivesse pegado em você”. Então segurei a prancha dele, devolvi na hora e questionei o fato de ele estar sem strep.
Falei: “por que você está sem strep" data-r4ad-mobile>